sexta-feira, 12 de março de 2010

A BELEZA VIVA DA MORTE

Ninguém sabe o que aconteceu naquele instante. Uma luz se apagou e um vento forte soprou. O que fazer? Aonde ir? O que buscar? Foi como se o mundo tivesse me deixado. Recebi a notícia. Ali estava seu corpo: inerte, sem vida e aos 28 anos apenas. Percorri com as lembranças o passado, vi seu rosto tão lindo, toda aquela energia e, assim escrevi para você Jean:

Hoje me sinto antigo
Sou o passado
O passado que teima em
Estar presente...

Um móvel antigo
Obssoleto!
Como uma música
Fora da moda...

Infinita como a vida
Imprevisível como a morte
Morri sem ter vivido!

Os dias passam tranquilos
À sombra da morte
Olho a neblina nua
É possível enxergar por ela...

Já me é chegada a hora
A hora doce da morte
Morri sem ter vivido
Infinita como a vida
Perfeita como a morte...

Morri!
Sou a neblina nua
Que cai enquanto a vida passa...
Agora estou vivo!
Vejo beleza na morte...

Dedicada ao meu primo Jean Kleber, escrita em 1995.

2 comentários:

  1. Amei a introdução retórica. Confesso que me imaginei no texto. Excelente texto. Abraço fraterno.

    ResponderExcluir
  2. Essa é linda como ele era!!
    Um primo muito amado.
    Saudades de vc, Jean.

    ResponderExcluir