sábado, 27 de novembro de 2010

O SAPO QUASE VIROU PRÍNCIPE - Um Conto Moderno

          Lembro-me das histórias contadas para mim quando era menina: Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel, entre outras. A garota era sempre salva por um príncipe, que  uma bruxa transformara em sapo e que a princesa havia beijado para torná-lo príncipe novamente. Acho que era mais ou menos assim.
          Primeiramente faz-se necessário esclarecer que os homens nascem girinos e nós babamos por eles desde as primeiras horas, quer dizer quando são apenas inofensivos bebezinhos. Por culpa de suas mães crescem protegidos de tudo e de todos, como se fossem verdadeiros bibelôs. Com o passar dos anos, o esteriótipo de "Príncipe Encantado" está formado e os pobres coitados acreditam que são melhores, mais inteligentes e superiores, o que os coloca numa posição de destaque no mundo de conto de fadas para o qual foram criados.
          Logo estão tão confiantes em si mesmos que começam a enganar as gatas burralheiras ou até mesmo as  princesas distraídas que foram estimuladas a crer que a felicidade só existe para elas ao encontrar o seu príncipe encantado. Essas ideias estão presentes em livros, filmes, séries e até em animações. Voltando a questão, a verdade nua e crua é que em pleno século XXI, os príncipes na verdade nunca deixam de ser sapos e, muitas mulheres acreditam ainda poder fazê-lo, com o beijo encantado dado pela princesa da história.
          Dulce Maria, nascida numa família estruturada, cresceu normalmente, inteligente e bonita, fez faculdade, tem um emprego razoável, uma personalidade forte, ética nas suas atitudes, acredita num amor real, baseado na admiração e respeito entre as partes, ou seja, o esteriótipo da mulher moderna-sensível.

          Encontrou um sapo com nível universitário, bonito, usando máscara de bom moço e, apesar dos indícios de sua pouca inteligência, Dulce Maria resolveu dar uma chance ao mesmo, pretendendo transformá-lo em príncipe.
          Logo no início ouviu o rapaz queixar-se de todo o tipo de maldade e injustiça feitas contra ele, falando o quanto havia sofrido, ela penalizada mostrou-se a seu lado. Depois foram as histórias do quanto ele destemidamente se colocou em situações difíceis para ajudar outras pessoas, ela mais uma vez, achou que o sapo era realmente uma boa pessoa, um herói apenas sem a capa e os equipamentos complementares.
          Nas conversas o assunto era sempre sobre futebol, o quanto ele precisava dar uma guinada no emprego, os problemas de sua família, o quanto a cidade onde nascera fora cruel com ele, ou seja, as questões orbitavam sempre sobre o sapo. Ela tentava falar sobre outras coisas: viagens, cinema, política, carros, livros, filosofias pessoais, entre outros assuntos, mas a verdade era que o pobre sapo não podia deixar de ser o centro das atenções.
          O que aconteceu foi que Dulce Maria  estava ficando cansada com aquela conversa chata e repetitiva, mas acreditava que o sapo seria transformado em seu príncipe, há muito esperado. O que ela com toda a sua inteligência sabia, mas não queria aceitar,  é que sapos não se transformam em outra coisa, muito menos nos príncipes montados em cavalos brancos, nobres e lindos.

          Não demorou muito para o sapo mostrar a sua essência de sapo: um bicho feio, comedor de moscas, repugnante, sempre a espreita para cuspir seu veneno em alguma criatura desavisada. Dulce Maria sentiu-se humilhada em sua inteligência por permitir a aproximação de tal criatura, sensível, tentou culpar-se por ser tão crédula e  ficou triste por algumas semanas.
          Ela  aprendeu uma lição importante: sapos não se transformam em príncipes. Não pensem que o final deste conto não é feliz. Dulce Maria agora está preparada para enfrentar os sapos, até encontrar aquele que sabendo-se sapo, seja um sapinho inteligente o suficiente para reconhecer a preciosa obra de arte que é Dulce Maria.

        

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MEU LIVRO A VENDA


Caros Amigos,

Muitos de vocês sabem que em maio deste ano, lancei meu primeiro livro "O Escoteiro e o Lobinho", tudo com recursos próprios.

No dia do lançamento, distribuí gratuitamente os livros, agora recorro ao Clube de Autores e AgBook para editá-lo e colocá-lo a venda em todo país.

Se quiserem adquiri-lo entrem nesses links: http://www.clubedeautores.com.br/book/34001--O__ESCOTEIRO_E_O_LOBINHO e http://www.agbook.com.br/book/34097--O__ESCOTEIRO_E_O_LOBINHO

Conto com vocês para divulgar isso junto aos seus amigos.

Aproveitem o Natal e presenteiem uma criança com um livro!

Agradeço a todos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SOBRE NÓS MESMOS

          Hoje amanheci pensando em reagir, mas o que faria de bom a mim mesma se o fizesse? Na vida nos deparamos com pessoas de todos os tipos, algumas são capazes de nos fazer sorrir com gestos simples e doces, outras nos desequilibram as energias, tirando-nos do sério.
          Fácil conviver com gestos delicados e respeitosos, mas na maioria das vezes não é assim. Estou aprendendo a agir ao invés de reagir. Impossível não entrar em contato com pessoas difíceis, porém não posso permitir que tornem minha vida mais complicada que já é.
          Aprendi hoje que só posso ter paciência, não julgar, ajudá-las quando me requisitarem, mas não posso obrigar-lhes a enxergar os próprios erros e o quanto isso vem afetando negativamente suas vidas. Todos nós podemos aprender mais e mais a cada dia, mas somente se estivermos dispostos a fazê-lo. Temos uma capacidade infinita de nos elevarmos, superarmos nossas dores, fazer delas uma lição para nos melhorarmos como pessoa.
         Algumas pessoas não agem assim, ao contrário, usam  outras pessoas como válvula de escape para seus fracassos e às vezes as usam para vingar-se. Estranhamente não percebem que quem fez-lhes o mal, não está ali e, acabam afastando exatamente quem apenas queria-lhes o bem.
          Precisamos encarar nossas mágoas e os traumas deixados por elas. Olhá-las de frente, chorar um pouco mais, depois esquecê-las e começar de novo. Temos a obrigação de nos permitir uma nova chance e para isso basta modificar a nossa forma de agir.
          Precisamos parar de reagir e passar a agir. Uma coisa aprendi: não deixemos que coisas ruins nos marquem para sempre. Precisamos olhar nossa face no espelho sem medo. Nós devemos isso a nós mesmos. Recomecemos!
        

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

EMBRIAGUEZ

Um texto escrito por Rose, Jô e Jane:
É muito mais que qualquer coisa
Sou eu me cobrando por um término
Que não foi minha culpa,
Uma culpa que já não é minha!
Só um abraço,
Estar dentro de alguém,
Dentro  do  peito de  alguém...
Gente,  uma de nós dormiu no tapete!
Eu sinto mais frio  do que calor.
Ouço Marilion,
Sinto falta  do passado,
Eu estou muito bêbada!
Eu acordo durante a noite
Para escrever,
No meu trabalho, faço o que gosto
É uma realização,
Me traz paz e angústia,
Porque amo o que sou
Amo o que sinto,
Eu apenas sinto...
Eu continuo bêbada,
E minha amiga bêbada escreve para mim,
Enquanto a outra amiga ri ,
Esta poesia é a síntese da  bebedeira,
Talvez o pior texto que escrevi e ditei,
Mas é a pura expressão da alma...
Nós sentimos demais,
Sinto pena daqueles que não sentem,
É apenas o vinho numa noite entre amigas...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

CONVERSA ENTRE AMIGAS


Este texto surgiu de uma conversa com minha querida amiga Jô, no MSN. Na verdade um texto escrito a duas mãos:

É uma tristeza
doendo no peito,
nunca senti isso.
É uma tristeza estranha,
diferente.

Não é raiva?
É ruim, mas é bom!
 
É estranho pra mim!
Sempre tive raiva,
desta vez não,
estou com vontade de saber dele,
como ele está.

Acho que não é paixão,
é um gostar muito, muito grande!

O que faço agora sem ele?

Gostar muito grande é assim,
a gente quer saber se o outro está bem,
se estiver,
está bom pra gente.
Esquisito, não é?

A razão sabe,
mas o coração...
Um dia gostaria de saber
o que realmente aconteceu...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

VIDA

         
          A vida tem nuances que a faz tão sublime, o que ocorre é que na maioria das vezes não conseguimos perceber as coisas simples que nos fazem especiais. O histórico de vida de cada um de nós é único, a infância com avós amorosos ou distantes, pais ausentes ou presentes, brigas com irmãos e primos, o que comíamos no intervalo do recreio, como éramos na escola. No meu caso era gorda como um barrilzinho e sempre convencia a minha irmã a ceder-me as sobras do seu dinheiro para que pudesse comprar mais um bolinho de ovo.
          Crescemos e a personalidade vai tomando forma. O primeiro amor da adolescência, a irritação com os pais, a identificação com amigos e alguns deles ficam pela vida, achamos que vamos mudar o mundo. Na faculdade alguns de nós se dedicam aos estudos, outros às festas, muitos conseguem equilibrar a balança e, alguns continuam levantando bandeiras, eu fui um deles, extremamente ativista, achava mesmo que faria do mundo um lugar melhor, acho que contribuí um pouquinho.
          Na vida adulta, muitas vezes decepções e vamos endurecendo. Deixamos de brincar e fazer piadas, optamos pela competição insana no trabalho, assumimos a postura de que o amor tem que ser aliado à conveniência, passamos a não olhar nos olhos das pessoas e não acreditamos mais em nós mesmos. No meu caso, ainda curto brincar com os amigos, parei com a competição há pouco tempo, nunca deixei de olhar nos olhos, acredito em amor verdadeiro e passei a acreditar um pouco mais em mim.
          A vida deve ser vista como uma grande oportunidade de sermos nós mesmos, mas com o cuidado de não atropelarmos os outros. Pequenos gestos incompreendidos podem gerar dor tamanha na alma, então precisamos ter muita atenção com o sentimento alheio.
          Nos dias de chuva, usamos sombrinha, nós de Sol protetor solar, no frio nos aquecemos com café ou vinho, dependendo da hora do dia e, no verão saboreamos sorvete ou cerveja bem gelada, na piscina ou na praia, tanto faz, apenas escolhemos viver. Choramos algumas vezes, a dor chega a todos, mas rimos outras tantas, pena que a alegria só é percebida por poucos. Tive meus olhos rasos d'água, mas também estive plena de felicidade.
          Uma certeza não devemos esquecer, um dia quando sentirmos nossa vida se esvaindo, não importará o que temos, apenas quem teremos ao nosso lado nos últimos preciosos instantes. Eu preciso acreditar de quando a morte a mim chegar, deixarei naqueles que cruzaram meu caminho, nenhuma tristeza por minha partida, apenas uma saudade gostosa. Se assim conseguir partir, não terei vivido em vão. 
            
         
         

domingo, 14 de novembro de 2010

TARDE CHUVOSA

         
                   Nesta tarde de domingo, onde chove e faz quase frio, sinto o perfume mais antigo, usei as últimas gotas do belo frasco, engraçado como o olfato nos leva a outro tempo. Cada parte de mim está disposta a recomeçar, mas  às vezes dou um passo atrás, mesmo sabendo que a mim é necessário continuar.
          A chuva e o frio sempre me agradaram, na verdade tenho a sensação de nostalgia em dias assim. Quando posso recorro a cafeteria e tomo capuccino. Adoro estar embaixo do edredom, com pouca roupa, assistindo um filme qualquer, só deixando o tempo passar. Um aperto no peito e no estômago me acompanham nesta tarde, deve ser o passado que estou evitando deixar partir. Por que temos esse ímpeto de reter o tempo? Talvez tenha uma alma antiga, sentimentos profundos e inquietações próprias de quem encara seus medos.
          Acho que sinceridade demais consigo mesmo é quase torturar-se. Estou me permitindo erros outrora imperdoáveis, como arriscar-me mesmo com tantas pistas indicando fracasso. Resolvi apenas não desperdiçar meu tempo, a vida é por demais preciosa para desistir antes da luta. Então, entrego-me ao caminho desconhecido, temendo o despenhadeiro a minha frente, mas este não me impede de caminhar.
          O futuro ainda é tão distante para mim, não consigo pressenti-lo. Continuo a escrever, agora a noite já caiu, a chuva parou e deixo este texto inacabado, olhando na televisão a Torre Eiffel e pensando no dia, quem sabe, em que estarei lá subindo aquelas escadas, ou se a idade não mais me permitir usando o bondinho. A vista é a mesma.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

OTIMISMO


Palavras descabidas ditas por quem estimo,
Juras descumpridas pelo meu amor,
Exigências sem bom senso,
Acusações infundadas,
Injustiças que afligem minha calma...
Nada disso pode lançar-me ao desânimo!
E por que não sucumbo?
Porque se errei, estava tentando acertar,
E isto a mim basta para não desanimar.
A paz vem de dentro pra fora,
E minha consciência repousa tranquila.
Tão longe estou da perfeição,
Mas de uma coisa não abro mão:
Sofrer por amor
Mesmo que venha a solidão,
Porque vale o risco
E assim me perdoo então...


domingo, 7 de novembro de 2010

SOLIDÃO


Estou sozinha comigo mesma
Aprendendo a amar as coisas simples em mim
O jeito como me recuso a odiar
A forma como me identifico com a dor alheia
A gentileza dos meus atos mesmo quando tratada com grossura
E o otimismo de nunca parar de acreditar
Que o bem é sempre maior...
Estou sozinha comigo mesma
Apreciando a chuva que cai na forma de tempestade
O Sol que aparece depois da tormenta
Vendo o sorriso dos amigos
Falando futilidades para esconder minha dor...
Estou sozinha comigo mesma
Ouvindo as canções que gosto nesta tarde de domingo
Sentindo um aperto no coração
Pelo amor que não aconteceu...
Estou sozinha comigo mesma
E de repente meus olhos se inundam d'água
Relembrando meu pai
Que quando menina estava doente
Colocava Trini Lopez na velha vitrola
E dançava com minha mãe
Era incrível como minha febre passava...
Estou sozinha comigo mesma
Apenas chorando
Dando mais passos para apenas recomeçar...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ERRO


Errar é algo tão fácil de acontecer
Pior mesmo é não saber se erramos de fato
Que paradoxo errar e acertar!
Tudo depende do olhar
E este pode ser impiedoso,
Mas não merecemos outra chance
Se erramos achando que estávamos acertando?
Nem o tempo pode solucionar tal questão
A resposta decisiva é o perdão
Mesmo que não nos achemos errados
Ah, me perdoe então,
Porque não posso viver nessa aflição!