sábado, 11 de fevereiro de 2012

ONTEM

Ontem a noite fui feliz
Nosso olhar que desnudava a alma
Nossas mãos delicadas desnudando o corpo
Nosso beijo entregue ao nosso desejo
E depois nossos corpos dentro
Sentindo o prazer da entrega
Um carinho se apossou dos movimentos
Que se tornaram lentos
Num frenesi que nos fez eternos
Simultaneamente carícias na face
Éramos um só
Numa mesma cadência
De gemidos de pureza quase angelical
Era bem mais que sexo
Era  amor apenas
De repente o líquido da vida jorra
Misturando-se ao molhado da profundeza 
Nos mantemos unidos
Retemos nossos gozos dentro
Tentando eternizar o instante
Calmamente os batimentos voltam ao seu ritmo natural
Impossível nos mantermos dentro
Um deslize e a cachoeira inunda o lençol
Permanecemos  inertes
Um adormece sobre o outro
Não queremos sair dali
E a perfeição daquele momento
Perpetuar-se-á em nossa história para sempre
Foi mais que sexo
Em nós habita a certeza de que
Era bem mais que sexo
Era amor apenas...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

QUEM SABE UM DIA PARIS


Hoje abri um email com imagens de cidades da Europa. Tantos lugares para conhecer, a maioria deles jamais chegarei a pisar. Uma tristeza se apossou de mim. Estranho como tudo pode mudar de repente. Lembrei que durante anos imaginei nunca ver a neve e, quando esse sonho realizei, disse para mim mesma que depois disso poderia morrer em paz. Engano, a cada dia outros planos, mais lugares a conhecer. 
Tenho a sensação de que os melhores lugares estão dentro de nós mesmos, são os sentimentos que carregamos bem guardados. Eu, vista por muitos como uma pessoa racional e fria, guardo comigo uma outra faceta que é a real, como diz o poeta "sou um poço de sensibilidade". 
Durante anos tive tanto medo e esse medo me paralisou, então foi para escondê-lo que vesti a capa da racionalidade. Às vezes, quando o desespero é grande ainda recorro a ela. Os que me conhecem de fato sabem que sinto imensamente, tudo é muito intenso, amor, bem-querer, desejo, tudo se confunde em mim e dessa vez me entreguei, venci o medo, quis ir a Paris, tomar café olhando a Torre Eiffel, assumi riscos jamais imaginados antes.
Hoje, olhando para mim, um medo doce aparece, não sei ser diferente. Lembro as palavras da amiga, "você é um cristal, cuidado!". Sei que ela tem razão, afinal me conhece bastante para saber que não sou forte, não sou racional, não lido bem com alguns sentimentos, mas não há mais nada a se fazer. 
Agora, só me resta tentar manter a lucidez e seguir em frente, quem sabe Paris ainda aconteça para mim.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

SENTIDOS


Dia de muito sol na minha cidade. A vida aqui passa às margens do Paraíba, nosso rio cor de doce de leite, ontem almocei num restaurante olhando suas águas caminharem tranquilas, de certa forma estava mais confiante e mais calma também. 
Tenho uma vida repleta de pressa e aproveito esses momentos para acalmar minha alma. Na semana que passou trabalhei exaustivamente, organizando as tarefas após um breve período de férias, sempre passa muito rápido o  descanso, o tempo teima em me lançar ao labor. Decidi ser mais tolerante e falar bem menos, delegar, esse será o meu verbo. Preciso aprender a não me cobrar a responsabilidade integral no trabalho em equipe, tenho necessidade de aprender a dividir.
Aqui em minha casa, está tudo mais tranquilo também, visita em casa é ótimo para estabelecer a união da família. Minha mãe está tão cortês, minha irmã tão bem humorada, estou num paraíso artificial, espero que a bem aventurança permaneça por alguns dias.
Passa das duas horas e, meu estômago agora dá os primeiros  sinais de fome. A mesa está posta na sala e chega ao meu olfato o cheiro agradável da comida. Aguardo um pouco mais para satisfazer a necessidade do paladar, enquanto espero com uma leve ansiedade o meu celular tocar.
Um sentido ainda aguarda para ser despertado, a audição,que  insiste em querer ouvir a voz dele, falando palavras doces e incentivando minha vontade de tê-lo mais uma vez.
Assim, interrompo a minha escrita, com os chamados para sentar-me à mesa e deliciar-me com os sabores, mas meu coração meio aflito teima em buscar ouvi-lo, então só me cabe comer e esperar o celular tocar.