Tenho pensado muito nos últimos tempos, e percebi que das minhas certezas não tenho mais certeza. Revendo minha forma de pensar e agir, decidi desculpar-me:
1- Aos meus alunos, pois não deveria tê-los forçado a pensar, afinal acho que não é esse o melhor caminho. No mundo de hoje a reflexão não leva a nada, ao contrário, o melhor mesmo é a alienação total. Não sentimos falta daquilo que não conhecemos.
2- Aos meus colegas professores, entendo o quanto é constrangedor eu achar que faria alguma diferença, impossível realmente com a pouca dignidade social da profissão. Minha atitude chega a ser grosseira, quando um colega tenta negar-se a participar de um projeto ou discordar da possibilidade de tornar sua aula mais atraente. Realmente, projetos são quase impossíveis de serem executados, falta material, pessoal de apoio, motivação por parte dos alunos e comunidade escolar. No que se refere a "Aula Atraente", o que define uma aula como atrativa? Com a nossa falta de qualificação, difícil motivar, o salário não nos permite a participação em congressos, seminários entre outros eventos, fora no que tange a cultura geral, estamos cada vez mais técnicos, nossa visão é cada vez mais direcionada apenas a nossa área de atuação, falta-nos recursos para frequentarmos cinemas, teatros, para viajarmos entrando em contato com outros povos, alargando assim nossa visão de mundo.
3- Aos meus superiores, porque muitas vezes recuso-me a seguir orientações com as quais não concordo e cobro uma postura mais firme deles, esquecendo que o cargo que ocupam, exige muitas horas dobradas e muitos aborrecimentos. Gerir é uma tarefa extremamente delicada.
Hoje, uma certeza eu tenho: estava equivocada quando segui a profissão de professora. A ideologia é algo que não se materializa. Acho que num futuro não muito distante, a profissão desaparecerá, porque cada vez mais não vejo sentido nela, a não ser que a situação mude, o que realmente, mais uma vez repito, "Desculpem!", eu não acredito.