segunda-feira, 15 de novembro de 2010

VIDA

         
          A vida tem nuances que a faz tão sublime, o que ocorre é que na maioria das vezes não conseguimos perceber as coisas simples que nos fazem especiais. O histórico de vida de cada um de nós é único, a infância com avós amorosos ou distantes, pais ausentes ou presentes, brigas com irmãos e primos, o que comíamos no intervalo do recreio, como éramos na escola. No meu caso era gorda como um barrilzinho e sempre convencia a minha irmã a ceder-me as sobras do seu dinheiro para que pudesse comprar mais um bolinho de ovo.
          Crescemos e a personalidade vai tomando forma. O primeiro amor da adolescência, a irritação com os pais, a identificação com amigos e alguns deles ficam pela vida, achamos que vamos mudar o mundo. Na faculdade alguns de nós se dedicam aos estudos, outros às festas, muitos conseguem equilibrar a balança e, alguns continuam levantando bandeiras, eu fui um deles, extremamente ativista, achava mesmo que faria do mundo um lugar melhor, acho que contribuí um pouquinho.
          Na vida adulta, muitas vezes decepções e vamos endurecendo. Deixamos de brincar e fazer piadas, optamos pela competição insana no trabalho, assumimos a postura de que o amor tem que ser aliado à conveniência, passamos a não olhar nos olhos das pessoas e não acreditamos mais em nós mesmos. No meu caso, ainda curto brincar com os amigos, parei com a competição há pouco tempo, nunca deixei de olhar nos olhos, acredito em amor verdadeiro e passei a acreditar um pouco mais em mim.
          A vida deve ser vista como uma grande oportunidade de sermos nós mesmos, mas com o cuidado de não atropelarmos os outros. Pequenos gestos incompreendidos podem gerar dor tamanha na alma, então precisamos ter muita atenção com o sentimento alheio.
          Nos dias de chuva, usamos sombrinha, nós de Sol protetor solar, no frio nos aquecemos com café ou vinho, dependendo da hora do dia e, no verão saboreamos sorvete ou cerveja bem gelada, na piscina ou na praia, tanto faz, apenas escolhemos viver. Choramos algumas vezes, a dor chega a todos, mas rimos outras tantas, pena que a alegria só é percebida por poucos. Tive meus olhos rasos d'água, mas também estive plena de felicidade.
          Uma certeza não devemos esquecer, um dia quando sentirmos nossa vida se esvaindo, não importará o que temos, apenas quem teremos ao nosso lado nos últimos preciosos instantes. Eu preciso acreditar de quando a morte a mim chegar, deixarei naqueles que cruzaram meu caminho, nenhuma tristeza por minha partida, apenas uma saudade gostosa. Se assim conseguir partir, não terei vivido em vão. 
            
         
         

2 comentários:

  1. Muito docê mesmo á a sua cara! COMO ME ORGULHO DE VOCÊ e passo para um milhão, um dia vai ser reconhecida até no fim do mundo: AUSTRALIA! HAHAAH
    Primo Ri

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  2. Você está bem inspirada mesmo, né?
    Amei!
    FABRICIA

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