sexta-feira, 3 de setembro de 2010

UM AMOR EM TRÊS CAPÍTULOS - Vida 3

VIDA 3:


Nasceram de novo, a última chance para esse amor, agora o ano é 2010. Ela, Ana Carolina, loira, olhos azuis, alta, magra, elegante, cheia de idéias e extremamente sensível. Filha de uma família de classe média, estuda Jornalismo, é tão confiante e acredita mesmo que o mundo ainda tem jeito.

Ele, Marcos, moreno, olhos verdes, bonito, inteligente, naturalmente espontâneo. Escolheu a profissão de Veterinário, ativista do GreenPeace,  um pouco calado, confia mais nos animais do que nas pessoas.

Seus caminhos se cruzam hoje, ele distraído, com pressa, não observou que o carro na sua frente havia freado e bateu em sua traseira. Um barulho tão forte, para uma batidinha, mas foi assim. Ela surgiu, extremamente nervosa, com sua calça jeans apertada, seu decote insinuante, gesticulando enquanto dizia que a culpa era dele. O que ele pode fazer, a não ser concordar com tudo que ele não ouvira, porque só prestava atenção nela, no quanto era linda e toda aquela energia. Começou a rir, ela também. Resolveram parar e tomar um suco para abreviar o calor da discussão. Falaram durante horas, sobre muitas coisas e, de repente ele confiara numa estranha.

Trocaram celulares, o seguro pagou o prejuízo, dias depois ela ligou, disse que o carro ficara ótimo e o convidou para jantar. Conversaram sobre tantas coisas, ela falou do seu blog, ele a persuadiu a escrever sobre maus tratos de animais. Formaram uma ótima dupla, tinham tanta afinidade, a conversa era tão fácil e riam sempre quando estavam juntos.

Os encontros foram acontecendo cada vez com mais frequência, e quando viram estavam aos beijos em pleno restaurante. Saíram dali, mal conseguiram chegar no apartamento dele, as roupas jogadas pelo chão, os gemidos, o prazer que sentiram estando um no outro, sem pressa, entregues ao desejo e, o carinho com que se olharam depois, adormeceram abraçados.

Foi tão intenso que não se largaram mais. Ele dedicado aos animais, trabalhava muitas horas por dia, ela, terminando a faculdade, engajada em muitos projetos, escrevendo seu primeiro livro, mesmo assim tinham tempo um para o outro.

Não havia espaço para ciúmes, nem competição, não eram necessárias cobranças e nada de medir palavras. Eles se entendiam, quando discordavam conversavam, às vezes irritados brigavam, e depois um deles pedia desculpas e pronto.

De repente podiam contar um com o outro, tinham amigos, viajavam muito, umas vezes o roteiro era dele, outras dela, amavam caminhar na praia sentindo a maresia, e subiam a serra no inverno, aninhavam-se a beira da lareira ao som de bossa-nova bebendo vinho, era mais que sexo, uma entrega total,  era simplesmente o que chamavam amor.

Sintonia perfeita, porque os dois queriam a mesma coisa, estarem apenas juntos, sem cobranças, sem planos, enquanto o tempo os permitisse.

Foi assim, até o dia em que ela partiu, seu coração simplesmente parou e naquela manhã não acordou. Ele chorou, e chorou muito e por muito tempo, até que um dia percebeu que era feliz pelo amor que tinha vivido, então apenas recomeçou.






Um comentário:

  1. Amiga,
    A cada texto q vc escreve, suas expressões ficam mais nítidas, suas palavras ficam mais reais, parece até q estou vivenciando a história, visualizando o acontecimento dos fatos.
    Parabéns!!!

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