quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Depressão

Hoje não levantei, tirei o dia para a depressão, porque meu corpo dói e minha alma mais ainda, talvez seja o poeta chorando o desalento da injustiça sentida sem trégua.
A maldade cansa e aniquila, mas eu resisto navegando pela paz da consciência tranquila.
Sou alguém que não acredita em erros e acertos, mas que entende que as coisas não deram errado, apenas não aconteceram do jeito que você imaginava, e que o importante é aprender sempre. 
E como tenho aprendido!
Sou também frágil, apesar de parecer sempre forte aos olhos daqueles que não têm tempo para me conhecerem de fato e que insistem em julgar-me erroneamente por pura insensatez.
Ah, a maldade implacável que domina os menos avisados, que se comprazem no mal, que só entendem o mal e que amam o mal nas entranhas.
Mas não me dou por vencida, renascida como fênix, das cinzas enlameadas pelas lágrimas, ainda acredito, que em cada pessoa que vive neste planeta exista mais bem que mal. Sou otimista por natureza!
Digo sempre que minha maior qualidade é também o meu grande defeito: a sinceridade. Falo demais, defendo meus ideais e, sofro demais por isso.
Sou criança que ainda não aprendeu a lição e está reprovada na arte de entender esse mundo caótico e pernicioso que insisto em chamar de belo.
Sou a dicotomia entre o óbvio e o olhar generoso que vê a beleza onde esta não existe.
Conclusão: incapaz e limitada para viver essa vida que eu mesma escolhi.
Mas paradoxalmente sou feliz, pelo simples fato de ter amor.
Ah, o amor! Esse cura as feridas com o acalento do olhar de quem me ama, que me abraça e me aconchega no peito, o meu melhor lugar no mundo é ele.
E toda a tristeza se dissipa e toda a melancolia fica pequena demais.
Aí, novamente eu, repleta de energia e planos para festejar a vida.
Ah, o amor! O remédio que cura qualquer desalento.
E o que sou só importa para mim e para os que me amam, o resto, fica para aqueles que tenham vontade de olhar um pouco abaixo da superfície...


segunda-feira, 8 de junho de 2015

A NOITE



A essa hora
Somente os últimos reflexos do Sol no céu
A nuance de algumas poucas árvores
E o brilho incerto da água do açude
Ainda são visíveis
A escuridão sólida da noite chega lentamente
Uma luz preguiçosa surge na casinha distante
O canto dos grilos misturado aos uivos dos cachorros saúdam a noite que chega
O ar fresco vacilante penetra pela cortina sem sequer movê-la
A noite escurece o meu lugar
O silêncio dos sons tranquilos acalma minha calma
E então anoiteço com a incerteza confiante de que eu possa amanhecer...

quinta-feira, 28 de maio de 2015

UM ANO DE ALGODÃO



Hoje completamos um ano de casados.
Nomearam bodas de algodão,
E fiquei pensando no porquê do nome...
Para nós, eis os motivos:
A leveza da conversa franca,
O cuidado com o outro,
O carinho fácil,
A tranquilidade da entrega,
O toque suave do nosso desejo,
A brancura da nossa verdade.
Amar assim...
Do nosso jeito...
Um encanto...
Nossa felicidade...
Olhando nosso retrato,
Vejo que o que realmente importa é a certeza do nosso olhar,
Do nosso ciúme,
Do nosso gostar,
E assim nosso amor vai plainando nas nuvens do algodão...



quinta-feira, 14 de maio de 2015

PUBLICADO MEU NOVO LIVRO


O livro está disponível em: 



Pode ser adquirido na versão ebook por R$ 9,69 ou na 

impressa por R$ 26,61.




quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

MUNDO PERFEITO



Na entrada da estradinha de terra,
Vi um casal de velhinhos que descia de um ônibus.
Meus pensamentos vagaram na utopia de um mundo perfeito!
Fiquei pensando que eu gostaria, 
Que quando as pessoas chegassem nessa idade mais avançada, pudessem ter:
Uma casa simples, com tinta nas paredes e flores para enfeitá-la;
Uma mesa farta sem caviar ou escargot, mas que tenha sabores e cores que satisfaçam o paladar;
Um carrinho na garagem que não precisa ser um jaguar ou um porsche, mas que sirva para poupar os pés já cansados pelo tempo de uma grande caminhada;
Conversas acaloradas de gente que tem a alma tranquila pelo dever cumprido às custas apenas dos esforços de muitos dias;
Uma reserva no banco para socorrer um ente querido num momento de escassez e necessidade ou para amenizar o sofrimento quando a saúde do corpo esmorecer.
Seria tão bonito se fosse desse jeito!



MEU RANCHO


A estrada de chão que me leva ao paraíso 
Está cheia de cascalhos
E quando chove poças imensas de água surgem
Deixando o barro escorregadio
Mas a chuva deixa verde a minha matinha
Um verde que acalenta a minha alma
E o balanço das minhas palmeiras
Embalam os meus sonhos
Lá no meu rancho
Tem pica-pau
Tem patuí
Tem até tucano
Assim meus dias seguem tranquilos
Porque lá tenho o que realmente importa
O apego às coisas simples
O apreço ao que vale realmente a pena
O cuidado com aquilo que não tem preço
Lá no meu rancho tem muito amor
E quem chega sente logo na entrada...

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

MINHA AMIZADE COM ANNE


Aos doze anos, eu era uma menina magra e esguia, carregava uma altura bem maior que a das minhas colegas, por isso, teimava em escondê-la, curvando meu corpo para frente.

Minha mãe aplicava beliscões no meio das minhas costas e, me fazia andar com vassoura entre os braços e livros na cabeça para corrigir-me a postura.  Os livros eram meus aliados nessa empreitada.

Lembro quando minha ideia sobre eles mudou. Foi quando recebemos a visita inesperada da prima da minha mãe, que era chamada por todos de Madrinha Nelci. Ela era uma mulher muito bonita e culta, eu queria ser como ela quando crescesse, acho que pelo fato dela usar óculos e ainda ser bela mesmo assim. Tínhamos eles em comum.

Ela trouxe presentes e recebi o meu abrindo-o sem hesitação. Para minha surpresa surgiu o "Diário de Anne Frank", um livro não muito grosso, mas que  era bem diferente dos costumeiros gibis da Turma da Mônica que eram meus companheiros mais próximos na época.

A madrinha Nelci sentou junto a mim e discorreu sobre a menina que tinha quase a mesma idade que a minha e, havia escrito um diário onde contava sobre sua vida. A danada não me disse nada sobre os horrores que ela viveu e, foi assim que convencida mergulhei nas páginas do livro.

Foi um dos grandes momentos da minha infância. A leitura ia acontecendo e com ela a minha vontade de escrever minhas histórias nasceu. Naquele ano escrevi meus primeiros poemas.

Tudo isso por causa da minha amizade com a Anne.