quarta-feira, 8 de junho de 2011

DESCULPAS

Tenho pensado muito nos últimos tempos,  e percebi que das minhas certezas não tenho mais certeza. Revendo minha forma de pensar e agir, decidi desculpar-me:


1- Aos meus alunos, pois não deveria tê-los forçado a pensar, afinal acho que não é esse o melhor caminho. No mundo de hoje a reflexão não leva a nada, ao contrário, o melhor mesmo é a alienação total. Não sentimos falta daquilo que não conhecemos.
2- Aos meus colegas professores, entendo o quanto é constrangedor eu achar que faria alguma diferença, impossível realmente com a pouca dignidade social da profissão. Minha atitude chega a ser grosseira, quando um colega tenta negar-se a participar de um projeto ou discordar da possibilidade de tornar sua aula mais atraente. Realmente, projetos são quase impossíveis de serem executados, falta material, pessoal de apoio, motivação por parte dos alunos e comunidade escolar. No que se refere a "Aula Atraente", o que define uma aula como atrativa? Com a nossa falta de qualificação, difícil motivar, o salário não nos permite a participação em congressos, seminários entre outros eventos, fora no que tange a cultura geral, estamos cada vez mais técnicos, nossa visão é cada vez mais direcionada apenas a nossa área de atuação, falta-nos recursos para frequentarmos cinemas, teatros, para viajarmos entrando em contato com outros povos, alargando assim nossa visão de mundo. 
3- Aos meus superiores, porque muitas vezes recuso-me a seguir orientações com as quais não concordo e cobro uma postura mais firme deles, esquecendo que o cargo que ocupam, exige muitas horas dobradas e muitos aborrecimentos. Gerir é uma tarefa extremamente delicada.

Hoje, uma certeza eu tenho: estava equivocada quando segui a profissão de professora. A ideologia é algo que não se materializa. Acho que num futuro não muito distante, a profissão desaparecerá,  porque cada vez mais não vejo sentido nela, a não ser que a situação mude, o que realmente, mais uma vez repito, "Desculpem!", eu não acredito. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

REALIDADE - DEDICADO A GIRLZINHA TRABALHADORA

Ei girlzinha, quanto custa essa bota? Duzentos reais? E a calça? Deve ser quinhentos, né? Ah, e a blusinha? Menos de cem não é!

Ei pobrezinha? Quanto custa a calça que veste pra dançar bicicletinha? E dança sem calcinha? Hahahaha!

Ei presidenta? Dizem que és tu a primeira mulher na direção do volante? Será que rezará como o ditado: mulher no volante, perigo constante?

Ei mãe, quanto custa a dor do parto? A carteira vazia do papai deu pra pagar o retrato?

Ei filhinho, a maconha vai ou não ser liberada? Ex-presidente tá do teu lado, tão falando que é pra chamar atenção, mas não seja burro e aproveita a situação.

Ei população, a culpa é tua das coisas tão como tão? Mostra seu título aí, você mora aqui? Se mora entra na fila pro tijolo, leva cem gramas de areia e se eu ganhar mais tarde rola uma cerveja!

Ei certinha, com você mesmo que tô falando! Para de vez com essa ideologia, isso é mais velho que a minha tia, joga fora sua ética e mude já seus conceitos, senão será bulinizada e talvez até violentada, afinal quem você pensa que é, ninguém tá te entendendo não, sai dessa e entenda a situação!  

Nessa realidade, prefiro não dar minha opinião não.

Que tal fazer uma corrente? Se você passar esse texto para 6 inimigos, garanto que eles vão ficar putos contigo, mas se passar para 1 amigo nada vai te acontecer, afinal seu amigo  não vai te responder.