segunda-feira, 25 de julho de 2011


Nessa tarde que vai em direção da noite que logo cairá, um nó, uma sensação de imenso vazio permeia o tempo. Esse tempo que passa tão rápido, anseio por freá-lo, mas esbarro na impossibilidade física de conseguir tal façanha. Sozinha, toco meu rosto, revivendo momentos só meus, minhas mãos ágeis deslizam pelo teclado tentando traduzir em palavras o que vai na minha alma.

Estranhamente, o que sinto não pode ser traduzido em letras,  essa instabilidade tão equilibrada, ando como se tudo soubesse, cheia de certezas vazias, sempre intensa, imersa nesses sentimentos efêmeros e contraditórios dessas tardes de solidão, em companhia de mim mesma.

Já não me permito dizer o que é certo ou errado, dúvidas recorrentes,  angústia de não saber, palavras emudecidas,  um frio que aquece lentamente, deliciosa incerteza, mas nesse turbilhão encontrei um lugar de paz.

Sinais da confusão que me devora, sei lá, tudo parece tão simples agora, e ao mesmo tempo tão complicado. Só sei que não quero repensar nada, descobrir nada, procurar por nada.

Agora que os últimos raios de Sol despedem-se do dia, e uma brisa fria sopra da serra, acalentando meu corpo, só me resta esperar, desejando que o tempo passe depressa, para eu estar novamente no meu lugar de paz.


sábado, 23 de julho de 2011

N'ALMA

Os olhos pequenos expressam o que vai n'alma
Pude notar uma lágrima na sua face direita
Toquei nela com delicadeza
Tentando disfarçar
Que vi ali nosso grande tormento
De querer em vão
Eternizar tamanha beleza
Quando penso em nós dois
Me invade uma doce saudade
Coisa boa é sentir
Que apesar do mundo inteiro
Há sempre um lugar para onde fugir
Fugir para dentro de ti...

terça-feira, 19 de julho de 2011

COVARDIA


    Tive medo e desta vez com muita razão. Pode parecer covardia e talvez seja de fato, mas por mais que queira me entregar a esse sentimento, preciso confessar a mim mesma que ir contra tudo o que acredito é demais doloroso e, simplesmente insuportável, não sou esse tipo de pessoa.
   Mentir ou omitir? Palavras que para muitos tem significados diferentes, mas que no meu modo de ver são sinônimas. Jamais conseguirei distingui-las de fato.
    A minha única culpa foi querer jogar um jogo em que sabia que perder seria a minha única opção, com cartas marcadas sem que eu tivesse a mínima chance de vencer. Fui leviana quando joguei primeiramente o dado, iniciando a partida. Não me arrependo da partida, mas sim da mágoa que causei.
    Também não compreendo o porquê dessa sensação de perda na minha alma. Descobri do pior jeito que raramente as coisas são como gostaríamos que fossem, ao contrário, geralmente pessoas certas se encontram no tempo errado.
   Agora que o jogo está prestes a terminar, uma sensação de vazio e uma vergonha por tamanha covardia se abate sobre mim. Nada me resta senão chorar em silêncio para que ninguém possa notar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

FROM THIS MOMENT ON


Deste momento em diante
Posso dizer
Que pude sentir
A centelha do verdadeiro amor,
Amor tão nobre
Que prefere a solidão sentida
A magoar o ser amado...
Anjo protetor
Com as asas quebradas
Por tamanha dor,
Feliz daquele que amou
Mesmo um amor complicado...
Não há nada de errado
Em sentir esse sentimento
Que machuca e desampara,
Mas o amor é assim
E dizem os poetas
Que pra ser amor
Tem que doer a beça...

sábado, 2 de julho de 2011

SÁBADO

Neste sábado de sol
  Minha alma segue inquieta
Meu corpo em desespero
Mesmo assim sigo discreta
 Passa de meio-dia
Na cidade pequenina
Procuro na tv uma distração
Que prenda minha atenção
Não sei como disfarçar
Essa vontade que me dá
Sinto nas minhas entranhas
Esse desejo que me ganha
Assim espero a noite
E quando a mesma chegar
O frio poderá acalentar
O que há muito espera...